RSS

Podemos conversar?

O Karaoke democratizou a música. Qualquer um que se ache um Paulo Gonzo ou Rui Veloso ou uma Adelaide Ferreira ou Dulce Pontes tem a possibilidade de brilhar perante um público muito especial. Brilhar ou pensar que brilhou porque normalmente o público é condescendente, solidário, e bate palmas na razão inversa da qualidade do artista…
Mas gosto de ver as expressões de alegria de quem canta, ou as expressões de gozo dos amigos de quem está a cantar. É bonito. O Karaoke é isso mesmo. Uma festa. Não é para artistas, é para a “plebe” musical cantar e brincar. Por essa razão, não gosto de ouvir no Karaoke malta que sabe cantar. Porque normalmente escolhem logo temas “intelectuais” para realçarem o seu poderio face ao amadorzeco que o precedeu.
Acho no entanto que o Karaoke está a perder fulgor e a começar a fartar. Está em todo o lado. E porque é mais barato que a música ao vivo está a açambarcar um mercado era dos músicos por natureza. Julgo necessário arranjar um equilíbrio entre o Karaoke, a música ao vivo e o som do DJ. Há lugar e espaço para todos. Até um dia sem nenhum dos eventos é bom para o cliente. Por vezes, o que queremos mesmo, é beber um copo e conversar um pouco.
Lembram-se como se faz?

2 Comentários:

Emanuel Gandaio disse...

O que são para ti "temas intelectuais"?
Eu pessoalmente prefiro ouvir musica ao vivo, ou mesmo cd, evito até o Karaoke mas há quem gosta e nada contra. Infelizmente vivemos numa escassez de liberdade de escolha no que toca ao ambiente nocturno: a malta (propriatários de estabelecimentos) aposta numa de ter o que é mais falado, já nem tentam ser originais apenas querem fazer parte do grupo que tem o que procurado pela maioria, por isso quem não quiser ouvir Karaoke tem muito pouca escolha.
Mas afinal o que é que são "temas intelectuais"?

C@necão disse...

As aspas foram propositadamente sarcásticas. Não existem temas "intelectuais". Música, é música e pronto. Mas, se tivesse de ser, seriam aquelas músicas que fogem do que estamos habituados a ouvir em karaokes, nas radios e nas tv's. Músicas que só eles conhecem bem, que sabem que cantam bem, que sabem que só eles conseguem chegar àqueles agudos difíceis ou suster a voz por tempo indeterminado qual Whitney Houston ou Pavarotti... só para brilharem um pouco (e muito bem!) e irem para a cama com a sensação do dever cumprido ;)